terça-feira, 31 de março de 2009

Uma casa portuguesa

Com certeza... Ou a casa das seis mulheres, como disse a Bicca, que descobriu essa varanda no bairro Alto de Lisboa.


segunda-feira, 30 de março de 2009

U2 e Snow Patrol em Barcelona

Choro, lágrima, ranger de dentes. Uma verdadeira operação de guerra. Desde cedo, muito cedo, estava numa manhã fria, daquelas de fevereiro, na fila da Fnac. Na minha frente, umas 200 pessoas que DORMIRAM no local. Na hora que vi aquilo pensei: fudeu. Pois se alí a fila estava daquele jeito, imagina nos diversos pontos de venda em Barcelona???

Por sorte, tínhamos a base avançada. Bicca conseguiu os ingressos! Não eram os imaginados, a pista, que acabou em menos de 15 minutos (sim, havia um funcionário da Ticketmaster que passava avisando a fila, para as pessoas nao perderem tempo!). Bicca, serelepe, conseguiu bons ingressos. Vamos ao show, que ABRE a nova turnê!!!! Na hora que ela me ligou confirmando a compra, o rapaz do Ticketmaster avisou que restariam apenas ingressos de 150 euros, isso apenas 25 minutos após a abertura das vendas. Pelo que vi, muitos dos que dormiram lá não vão ao show.... que terá a abertura de Snow Patrol!

Abaixo, as fotos dos ingressos, que se esgotaram em 50 minutos! Agora, os organizadores anunciaram um show extra no dia 2 de julho.


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Começou o horário de verão aqui (num dia com 6 graus, mas tudo bem, rs). Agora estamos cinco horas longe do Brasil. Essa diferença só diminuiu no fim de outubro.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Cáñamo

Passeando pelas gôndulas de cervejas do El Corte Inglés perto de casa, como sempre faço pra comprar cervejas de todo o mundo (tou com saudades da hindu Cobra...), encontrei essa garrafa, com o sugestivo nome de... Cannabia. Isso mesmo, esssa cerveja, feita na Alemanha, contém canabis, hemp ou, como se diz aqui, cáñamo! Comprei pra experimentar e para esperar alguns amigos que vem aí.





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Outro assunto: apesar de já estar por aqui há um tempinho, a gente sempre se depara com coisas bobas, engraçadas, da forma de falar do espanhol. Hoje, voltando pra casa caminhando com a Bicca, passamos por um grupo de crianças, de uns cinco anos, brincando de pega-pega. Olha o diálogo dos pimpolhos:

"Todavia, él no ha contado aún!", disse o menino.
"Porsupuesto!!!", respondeu o outro.

Rimos na hora. Não, não havíamos bebido a cerveja ainda.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Quem quer dinheiro??

Com a crise pegando feio por aqui, os bancos estão desesperados por clientes e passaram a oferecer todo o tipo de presente para atrair uma continha, melhor ainda se for uma conta salário. Eles dão de tudo, de cafeteiras Nespresso a Câmeras fotográficas. Chegam, mesmo, a dar dinheiro vivo, e utilizam Rafael Nadal para tentar convencer os que andam com dindin pra aplicar. Veja, abaixo, alguns dos exemplo:








quarta-feira, 25 de março de 2009

Tema sério

Para quem sentia falta de assuntos sérios nesse blog, segue o link do informe que fizemos para Ilimar Franco, sobre a polìtica local. Tá lá, no blog dele:

http://oglobo.globo.com/blogs/ilimar/

Operação Belezura

Madri é uma cidade bonita, mas certamente tem problemas visuais, como todas as cidades. O interessante aqui é que eles tentam disfarçar. Diversos prédios da cidade possuem uma espécie de "papel de parede", que muitas vezes passam desapercebidos. Há alguns que imitam florestas, mas o mais comum são os que imitam fachadas bonitas. Inflezmente, temos fotos apenas de uma. Vejam:




É primavera

Em Madri! O frio está quase indo embora de verdade, só está mais gelado de madrugada. O momento é perfeito para ir ao Parque do Retiro. Domingo vira uma festa. Veja essa fotos, de um domingo desses:

Flor da amendoeira (isso, a árvore que fabrica amêndoas). Ela é sempre a primeira a florir, anunciando o início da primavera. Todos os locais ficam muito cheirosos.
Uma amendoeira

Outra amendoeira

Uma árvore de Natal do Retiro

Um pavão
Um pula-pula beeem legal
Velhinhos, bem velhinhos, passeando

Velhinhos curtindo o sol
Detalhe do parque

terça-feira, 24 de março de 2009

La Razón, orelhas e sexo ao ritmo de samba

Como muita gente sabe, os jornais na Espanha são bem orientados ideologicamente. Hoje resolvi falar do La Razón, talvez um dos menos conhecidos no Brasil, para estrear uma espécie de resenhas da "prensa" espanhola.

De extrema direita, o jornal de 12 anos custa 1,10 euro e possui diariamente ao menos uma página sobre fé e religião. Enquanto o El País está distribuindo, por um euro a mais, DVDs eróticos aos sábados, o La Razón distribui a Bíblia ilustrada, em fascículos. O La Razón se orgulha de não aceitar publicidade de serviços sexuais, como garotas de programa.


Tradicional, o jornal possui uma visão interessante. Seu conservadorismo é refletido, inclusive na cobertura de esportes, se é que podemos chamar assim a cobertura de touradas (há muita dúvida sobre como classificá-las. A Fnac e o Ticketmaster, por exemplo, vendem os ingressos das touradas em uma divisão própria de seus sites). O espaço dedicado aqui é maior que o registrado em outros jornais.
Nesta segunda, por exemplo, uma das chamadas é, inclusive, engraçada: "Perera corta cuatro orejas y un rabo", comentando a "actuación apoteósica" do toureiro Miguel Perera no fim de semana. A foto, por si só, é impagável. Vejam:



Esta edição de segunda também possui duas das quatro páginas de Cultura & Más dedicadas a novelas latinas. Segundo eles, enquanto a novela mexicana é mais melodramática, com apelação para o drama moral entre os personagens, a brasileira é muito mais sensual. "Possui um forte componente erótico e sensual. Foi o primeiro país a incluir personagens desnudos", explica o box titulado "Brasil, sexo a ritmo de samba".

Para o La Razón, o modelo colombiano é modernoso, possui um "afã de elementos novos, suas novelas são mais abertas, com humor e ironia". O modelo argentino, a exemplo de "Rebeldes" é mais juvenil que adulto . Já a escola venezuelana, abusa mais do drama choroso, que não faz mais sucesso por aqui. Para o jornal, as novelas bolivarianas do país de Chávez tem personagens muito definidos: quem é bonzinho é muito pobre, humilde, sofrido e quem é mal é pior que o pica-pau.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Valencià

Além das “Fallas”, da Cidade das Artes e das Ciências -- a região dos prédios modernos e bacanas --, do Mediterrâneo e da paella valenciana, Valência , terceira maior cidade da Espanha (760 mil habitantes), se destaca por ter, ou tentar ter, uma língua própria. O valenciano ou Valencià, em valenciano.

A história desta língua é bizarra. Ao contrário do Catalão, do Euskadi (País Basco) e Galego, essa língua não existe de fato. Trata-se de dialetos locais. Para garantir maior poder ao governo da região autônoma -- administrada pelo PP, partido de direita, que está cercado de denúncias de corrupção, como praticamente todos os governos daqui --, inicio-se um processo de unificação dos diversos dialetos falados pelos diversos povoados.

O mais engraçado é que o valenciano, para muitos, nada mais é que uma variação do catalão, ou seja, uma forma um pouco diferente do que se fala em Barcelona, mesclada com o espanhol. Outra curiosidade é que, ao contrário do País Basco, da Galícia e de Barcelona, não vimos ninguém falando em valenciano nas ruas. (ou se vimos não notamos, de tão próximo do espanhol que é essa língua).

O valencià só parece esta vivo nas placas oficiais, nas inscrições das Fallas e no metrô da cidade. A semelhança é tão forte que a mesma placa do metrô local contem dizeres em espanhol e valenciano utilizando palavras de estrutura igual. Como vocês podem ver na foto abaixo, o que muda é apenas a terminação.



Essa histeria linguística da Espanha é engraçada. O País Basco, por exemplo, tentou proibir o ensino de espanhol em suas escolas, mas foi barrado por uma decisão da União Européia, que determina que cabe aos pais decidir em que idioma educará seus filhos.

Em Barcelona, o governo iniciou uma campanha publicitária para que todos os locais respondam os turistas que vistam a cidade em catalão, não em espanhol. Aliás, muitos imigrantes e espanhóis que não falam catalão desde o nascimento e estão investindo tempo e dinheiro para aprender a língua e se adequar a elite local, ao invés de aprender inglês, pouco falado por aqui. (vale dizer que uma das bandas mais famosas do mundo é chamada aqui de u-dos, rs).

Já o galego nos agrada. Uma espécie de português castiço, a língua é quase nossa, substita o “J” pelo “X” que você já consegue conhecer boa parte do vocabulário galego. Lá não somos jornalistas, mas sim “xornalistas”.

Deixando de lado a língua, para conhecimento de todos: as piadas que fazemos no Brasil com portugueses são feitas pelos países de colonização espanhola com os galegos. Ou seja, além de línguas irmãs, eles partilham, digamos, do modo literal de entender as coisas....

Além dessa nova frente valencià, os Austurianos estão "unificando" sua língua, ou seja, contrataram alguém para criar um idioma local, partindo dos dialetos falados na montanha. Ainda não conhecemos a região, mas pelo que nos dizem há menos diferenças entre o austuriano (ou bable) e o espanhol que o gaúcho e o baiano, ou o paulista e o mineiro, ou o cearense e o carioca.

** Texto do Henrique

quarta-feira, 18 de março de 2009

Mais fotos

Das Fallas e da parte moderna de Valência, onde há museus, um aquário bacana e jardins, além de outras construçöes do "tipo Brasília", só que com muito mais vidro, luz, ventos que as obras de Niemeyer.




Vários destes prédios
El Palau de les Arts Reina Sofía


Outra visão dos prédios


Fallas


Fallas em detalhe

Fallas

Passamos o último fim de semana em Valência. Além de conhecer a cidade, muito maneira, fomos às Fallas, a festa mais típica da cidade. Trata-se de uma festa para comemorar o início da primavera, o dia dos pais (que é amanhã aqui, dia 19 de março) e uma desculpa pra beber.

A festa é, basicamente, um carnaval sem samba e sem mulatas. São, na verdade, umas 300 fallas pela cidade. Ou seja, cada rua organiza uma falla: faz esculturas enormes de papel machê, que sao sempre paródias de coisas locais, políticas, econômicas, sociais.... E, junto de cada escultura, eles montam uma tenda com música (de qualquer gênero) comida e bebida. mas só pra quem è das Fallas!

Toda Falla também tem sua fallera mayor, uma espécia de rainha. Ela se veste de forma todo especial, com cabelos com os da princesa Leia, de Star Wars. Além disso, toda falla tem sempre uma área cercada para crianças passarem o dia estourando bombinhas. E toda festa na cidade tem sempre muito, muito fogos de artifício.

Aliás, tem alguns eventos que säo gerais, como uma grande queima de fogos de dia, na praça da prefeitura. Há também uma desfile noturno, que é um misto de parada militar, de escola, da festa da uva, onde, no final, passam veteranos das Fallas em uns caminhöes jogando presentes nos presentes (eu consegui pegar pra Bicca um conjunto dem lixas de unhas, rs). E, para encerar, mais fogos de artifício, a noite, próximo do antigo rio da cidade (que foi desviado para que se criasse um parque no local).

O mais interessante é que, na madrugada do dia 19 para 20, todas as Fallas são queimadas, ao mesmo tempo. Dizem que muitas pessoas choram de emoção, outros de raiva de ver o trabalho de um ano inteiro acabar em nada, rs. Vejam as fotos.






Esta santa fica assim, só com a cabeça. Mas, durante a semana, cada falla manda um galho de flohres, que vai compondo o corpo dela....






sábado, 14 de março de 2009

link Los Abrazos Rotos

Para quem se interessar, aqui está o link da primeira matéria que a Bicca escreveu em terras espanholas. E a resenha do novo filme do Almodóvar. Saiu na Ilustrada, da Folha, neste sábado. Só precisa ser assinante ou ter uma senha da Folha:

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1403200908.htm

sexta-feira, 13 de março de 2009

Los Abazos Rotos

Hoje foi minha estréia como jornalista aqui em Madri. Fui a uma coletiva do meu vizinho, Pedro Almodóvar. Explico: sua produtora, "El Deseo", fica no número 24 da calle Francisco Navacerrada, e nós moramos no número 50. Mas não pude ir a pé ao encontro, pois a apresentação do filme ocorreu na Cidade do Cinema, local da Grandre Madri que concentra os principais estúdios das TVs e produtoras espanholas, com uma vasta oferta de salas de cinema de última geração.

Vi Los Abrazos Rotos em uma sala com outros 300 jornalistas de todo o mundo, porém me sentei entre dois brasileiros. O filme, que estréia aqui no dia 18 e ainda não tem data para chegar às salas brasileiras, tem todos os elementos de um filme do cineasta, enretanto com uma trama mais complexa, no gênero noir.

Além de ter a felicidade de ver o filme antes de quase todo mundo, de graça, entrevistar o diretor e todo o elenco (incluindo a oscarizada Penélope Cruz), a experiência foi muito boa. O mais bacana foi perceber que o humor e a acidez dos filmes do Almodóvar são coisas dele. Ele foi um verdadeiro showman, brincou com todos, cutucou jornalistas, não levou desaoro pra casa, protegeu Penélope das especulações do fim de seu namoro com Javier Bardem (sim, Flávia, ele está solteiro!). Ainda, de bônus, ganhei uma xícara super maneira, sobre o filme.

Incansalvemente respodeu todas as perguntas, inclusive as óbvias, sobre retomar elementos de filmes passados, especualções sem sentido e questionamentos sobre o mercado do cinema na Espanha.Outra coisa interessante foi sua opinião sobre Madri. O cineasta comparou seus 40 anos na capital espanhola com um casamento. "Você fica casado por 40 anos, pode at~e estar cheio da relação, mas por algum motivo não se separa".






quinta-feira, 12 de março de 2009

No peluqueiro

Enfim um momento feminino nesse blog. Viver num lugar diferente não é só conhecer a gastronomia local (pra mim isso é fundamental), sentir saudades da sua, rir da televisão, tirar muitas fotos de um monte de lugar diferente: é também sobreviver um cotidiano destinto do seu. Ou seja, fui a um salão espanhol.

Solucionado o problema da saudade da carne brasileira, estava começando a ficar tensa por outro motivo, que tenho certeza que as mulheres que olham este blog já haviam percebido: minha raiz preta estava enorme. Sim, passei pelo desafio de ser uma loira de farmácia em outro país.

Tentar fazer um cabelereiro em Brasília entender o que você quer é difícil. Aqui em Madri, com meu espanhol ainda macarrônico, foi impossível. Saí do salão com meu cabelo, que era para ser loiro, branco.

Não tinha escapatória, e pensei: já que é assim, vou ao melhor "peluqueiro". Fui a um dos salões da rede do famoso Marco Aldany, uma espécie de Hélio, quem é de Brasília me entende. A diferença é que, aqui, é muito barato cuidar do cabelo .Você consegue fazer luzes por 20 euros, ou seja, 60 reais. Em Brasília, a transformação num bom cabelereiro não sai por menos de 200 reais. Ou seja, as espanholas só tem este cabelo feio porque querem, pensava.

Como estou em Madri a passeio, decidi arrumar meu visual às 2 da tarde de uma terça. Aqui não precisamos marcar hora. Ao chegar ao local, a três quadras de casa, o simpático Oscar me encaminhou para sua colega Conchi, a personificação da úlima moda do cabelo na capital espanhola: muita musse no corpo do cabelo e franja extremamente lisa. Para chegar a essa franja passada, elas usam a chapinha que é a sensação na cidade, a chapinha para franjas. Vejam foto abaixo:


O fato curioso é que havia uma senhora no salão, que só no final entendi que era um senhor. Todo cliente homem (ou garotão) ia direto para suas mãos. Os outros colegas diziam "mais um no dia de hoje!", ou seja, a tiazona preferia não fazer mechas, ganhar menos dinheiro, só para tratar dos guris.

Conchi, sem demora (só fez as perguntas básicas, o que estava fazendo aqui, o que estava achando da cidade), começou a puxar minhas mechas e então Oscar chegou para ajudá-la e entramos no universal assunto de mulheres no salão: fofoca. De repente, me vi no meio de um papo básico, falar mal das colegas do salão que, obviamente, não estavam presentes.

O que mais me surpreendeu é que a fofoca existe mesmo sem as manicures, pois os salões espanhóis tratam apenas do "pelo" das clientes. Há alguns estabelecimentos que fazem só este tipo de trabalho, manicures e pedicures, que sai mais caro que as mechas.

Passada a primeira fase, fui lavar o cabelo, a hora de ver o resultado. Estava achando muito engraçado, todas as mulheres que lavavam seus cabelos saiam sem nenhuma toalha na cabeça. Na minha vez, depois da lavagem, entendi o motivo da ausência das toalhas: elas eram todas descartáveis, feito de um material igual ao dos lenços umedecidos.

Passada esa curiosidade, fui me olhar no espelho. Na hora, parecia tudo bem, talvez um pouco mais claro. Ao chegar em casa, ao me observar melhor, percebi o desatre. Me senti uma verdadeira anciã. Chorei pela segunda vez em Madri.

A profunda tristeza baixou em mim. Liguei na hora para o Henrique, que estava visitando uma fábrica de whisky espanhol (!!), em Segóvia. Foi então que quase voltei a ser morena, pensei em passar em uma farmácia, comprar uma tinta qualquer e jogar um Koleston no meu cabelo.

Respirei, me acalmei e pensei: já que estou em Madri, viverei como as madrilhenas. Decidi asumir meu novo visual ibérico. Sou, agora, uma loira de farmácia (muito) platinada espanhola. Depois de dois dias, acostumada, começo a pensar em tirar proveito desta situação. Será que coseguirei agora comprar o passe mensal de transporte com o desconto para idosos?

terça-feira, 10 de março de 2009

Modernidade

Apesar de super católica, a Espanha é muito moderna en algumas coisas sociais. Agora, por exemplo, o governo do socialista José Luis Rodrígues Zapatero está propondo a liberação do aborto... a partir dos 16 anos! Sim, grávidas a partir desta idade poderão, pela proposta, fazer aborto sem o consentimento de ninguém. Vale lembrar que o sexo, desde que consentido, é liberado por aqui desde os 13 anos.

Outra coisa bem resolvida por aqui é o homossexualismo. Cidades pequenas, do interior, como a medieval Ávila, cercada por uma muralha de mil anos, vende os noivos de bolos de casamento das mais diversas formas. Uma certa tradição na cidade, estes bonecos são super bem feitos e engraçados, como estes:

























Por outro lado, na economia, a Espanha aparece como um dos países mais afetados pela crise, tirando, claro, a extinta Islândia. Pela primeira vez em 13 anos, cresceu menos a renda per capita dos espanhóis que a do restante da Europa que adota a moeda comum. Ou seja, quando o país estava quase atingindo o nível de renda dos países do Euro, como eles dizem, se considerando ricos, se distanciou no ano passado. O boom, durou pouco. Este ano, deve piorar o atraso, já que o desemprego cresce e o "paro" pode alcançar até 4,5 milhões de pessoas.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Comendo na Espanha

Pode parecer até infantil, até porque é mesmo, mas as diferenças linguísticas sempre fazem surgir um sorrizinho maroto. Olhem essas:



































Porra, aqui, é um tipo de churros mais grosso. Na real, é aquele conhecido no Brasil, recheado de doce. Aqui eles chamam de churros só a massa frita sem o recheio. Logo, você pode acordar e ir até o equivalente a uma padaria e comer uma porra no café da manhã.















Leia atentamente o que está escrito. Tá, eu sei o que é, mas que parece outra coisa, parece... Essa foi uma sacada do César Bianconi.

El juego de tu vida

Assim como andar de ônibus, passear pelos canais da TV espanhola é um divertimento. Bicca e eu nos convertemos em fãs de "El Juego de Tu Vida", do canal 5 (sim, aqui os canais são em números, como antigamente no Brasil). O programa é um dos mais bizarros que já vimos e passa a partir da meia noite de quarta.

















A proposta é batida: uma pessoa fica com um detector de mentiras e uma apresentadora sanguinolenta começa a fazer perguntas. Se ele falar a verdade (segundo a máquina), começa a acumular pontos e pode ganhar até 100 mil euros, algo como 300 mil reais. Mas a dinheirama não vem de graça: antes terá que se constranger e também aos seus parentes, parceiros e amigos, que ficam sentados em sua frente. O cenário do programa é todo escuro, as perguntas são fortes, com música de drama. Sempre que o "entrevistado" responde, há uns 7 segundos entre a máquina dizer se que o cara falou é "verdad" ou "mentira", o que dá muito emoção ao programa!












Na primeira vez que vimos "El juego de tu vida", na primeira semana de Madri, nos surpreendeu uma velhinha, de uns 65 anos, tendo que responder que preferia se masturbar a transar com seu marido, que, de cara, chorou. Neste mesmo dia, uma menina confessou para mãe, horrorizada, que tinha vergonha de sua progenitora. Ela ainda disse que fornecia drogas para o namorado e que sentia mais prazer sexual sob o efeito de drogas.
Na semana passada tinha um cara que confessou que traiu sua namorada, obviamente presente. Na sequência, perguntaram para ele se ele já havia masturbado outro homem. Ao demorar 5 segundos para responder, a “chifruda” apertou o botão para pular a resposta, mecanismo que só pode ser usado duas vezes. A outra pergunta foi um golpe ainda maior para ela, coitada. Ele respondeu que se arrependia de ter pulado a cerca, mas a máquina, impiedosa, disse que ele era um tremendo de um safado e que estava mentindo! A cara da menina era impagável.
Essa, aliás, é outra característica do programa: nunca vimos ninguém ganhar dinheiro. Sempre quando as famílias estão destroçadas, os amigos putos e os relacionamentos acabados, a pessoa é pega na mentira, segundo a máquina, e perde tudo.
Além desse programa, é muito legal ver filmes e seriados por aqui. A dublagem é simplesmente horrível! Acreditamos que, em cada filme, há apenas um cara que dubla todos os homens e uma mulher que faz as vozes de todas as personagens femininas. Para piorar, eles não falam de forma natural, como todo mundo: é um som gutural, diferente, como se a mulher que anuncia os voos no Galeão estivesse sem tesão (sério, aquela mulher sempre está animada, certo??? ninguém fala daquele jeito normalmente...) e com catarro, com dor de garganta. O mais bacana é que inclusive as crianças falam dessa forma. A voz de todo pimpolho é dublado como se fosse o filho do capeta!!!!!!
Isso também se repete nos cinemas, todos dublados. Nós temos que bater perna, por exemplo, para encontrar um filme em versão original, como eles dizem aqui, somente com legendas em espanhol.
Além disso, os jornais e TVs locais têm o prazer de ficar brigando. É comum, por exemplo, a Telemadrid, o canal público do estado, controlado pelo PP, de direita, fazer matérias desfazendo matéria da TVE, o 1, o canal público federal, agora sob o controle dos socialistas do PSOE. E, além disso, em todas as reportagens de TV, o repórter aparece 345.678 vezes, fala tudo em primeira pessoa, participa, interage com o entrevistado. Enfim, é uma festa!
Coisas engraçadas também ocorrem em outros gêneros. Os programas esportivos, por exemplo,
podem passar uma semana falando mil maravilhas do Real Madrid, como se fosse o melhor time do mundo em seu melhor momento por causa de um minguado um a zero contra um timeco local. No dia seguinte, se apenas empata, todos os programas falam da crise do time, que os jogadores são todos frouxos – com exceção de Raúl --, que o técnico é burro. Isso que eu chamo de volatilidade.
Há também os canais que oferecem serviços de tarô, aqui podemos ver que Walter Mercado fez escola na Espanha e deixou muitos discípulos.
Já para os carentes, a TV madrilenha prepara boas surpresas: filmetes pornôs toda a noite! De graça! Nos canais abertos! Eles deixam o antigo Emanuelle, da Band, no chinelo. Produções caseiras, onde não há censura e há muito “Tchaca tchaca na buthaca”!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Estréia no timão...

... e ainda ganhando dindin por aqui. Vejam o motivo da cabeleira do gordo. Ele tá com um super contrato com esta empresa...








Para quem já morou em Madrid

A frase-hino do jogral do Metrô!