De extrema direita, o jornal de 12 anos custa 1,10 euro e possui diariamente ao menos uma página sobre fé e religião. Enquanto o El País está distribuindo, por um euro a mais, DVDs eróticos aos sábados, o La Razón distribui a Bíblia ilustrada, em fascículos. O La Razón se orgulha de não aceitar publicidade de serviços sexuais, como garotas de programa.
Tradicional, o jornal possui uma visão interessante. Seu conservadorismo é refletido, inclusive na cobertura de esportes, se é que podemos chamar assim a cobertura de touradas (há muita dúvida sobre como classificá-las. A Fnac e o Ticketmaster, por exemplo, vendem os ingressos das touradas em uma divisão própria de seus sites). O espaço dedicado aqui é maior que o registrado em outros jornais.
Nesta segunda, por exemplo, uma das chamadas é, inclusive, engraçada: "Perera corta cuatro orejas y un rabo", comentando a "actuación apoteósica" do toureiro Miguel Perera no fim de semana. A foto, por si só, é impagável. Vejam:
Esta edição de segunda também possui duas das quatro páginas de Cultura & Más dedicadas a novelas latinas. Segundo eles, enquanto a novela mexicana é mais melodramática, com apelação para o drama moral entre os personagens, a brasileira é muito mais sensual. "Possui um forte componente erótico e sensual. Foi o primeiro país a incluir personagens desnudos", explica o box titulado "Brasil, sexo a ritmo de samba".
Para o La Razón, o modelo colombiano é modernoso, possui um "afã de elementos novos, suas novelas são mais abertas, com humor e ironia". O modelo argentino, a exemplo de "Rebeldes" é mais juvenil que adulto . Já a escola venezuelana, abusa mais do drama choroso, que não faz mais sucesso por aqui. Para o jornal, as novelas bolivarianas do país de Chávez tem personagens muito definidos: quem é bonzinho é muito pobre, humilde, sofrido e quem é mal é pior que o pica-pau.
Fica ligado nas crônicas "esportivas" das touradas nos jornais. São alguns dos melhores textos da imprensa espanhola. Algo meio "nuevo periodismo" envelhecido. Cheguei a guardar os recortes.
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