domingo, 1 de março de 2009

Isa, isa isa, Euskadi socialista!

No dia em que completamos um mês na Espanha, foram realizadas eleições em duas regiões autônomas: Galícia e País Vasco(ou Basco, em Português) (Euskadi). Além de aproveitar para conhecer o processo eleitoral espanhol, pudemos acompanhar mudanças políticas históricas.

Na Galícia, depois de uma campanha recheada de ataques e denúncias de corrupção contra o governo de coalizão socialista e nacionalista, ganhou o Partido Popular, o PP, partido de direita.

Mas o mais interessante ocorreu no País Vasco. Há três semanas, a Suprema Corte da Espanha proibiu a candidaturas do D3M, o braço político do ETA. Em resposta à decisão o grupo realizou um ataque terrorista no começo de fevereiro, em Madrid. Não houve vitímas, pois os ativistas comunicaram o local em que a ação seria realizada, como vem fazendo nos ataques fora do País Vasco.

Tudo isso gerou forte discussão sobre as políticas do atual governo nacionalista vasco. O governo atual tinha políticas polêmicas, como proibir o ensino de espanhol nas escolas, que somente alfabetizariam as crianças em vasco, ou proibir a contrução de um trem de alta velocidade entre a região e Madri.

Os resultados já são conhecidos: pela primeira vez em 29 anos os diversos partidos nacionalistas vascos não serão maioria no parlamento local. Para muitos, isso demonstra que a maioria da população está contra a radicalização dos nacionalistas.

De cara, isso vai gerar uma grande confusão. O Partido Nacionalista Vasco (PNV), terá 30 cadeiras no parlamento. Os outros partidos nacionalistas elegeram sete deputados, ou seja, a frente nacionalista terá 37 representantes. O PSOE (socialista) conquistou 24 deputados e o PP 13. Ao somar o resultado dos dois grandes partidos nacionais com um outro pequeno partido que terá somente um representante no parlamento vasco, a chamada "frente constitucionalista" somará 38 deputados.

Ou seja, o maior partido ficará fora do governo somente se, em uma aliança histórica, PSOE e PP dividirem um governo. Embora seja quase impossível pensar nesta possibilidade nacionalmente, a discussão local vasca, contra a radicalização, pode patrocinar esta aliança.

Teremos muitas notícias nos próximos dias e certamente os radicais vascos vão mostrar seu descontento. Mas como nem tudo é sempre tão sério, o motivo de risada das eleições eram os quase infantis gritos de guerra do partidos. No PSOE: "Isa, isa isa, Euskadi (País Vasco) Socialista!". O do PP, vencedor na região "quase-portuguesa" da Galícia também é bem boa "Olê, olê olê, Galícia es PP".

Um comentário:

  1. Sempre achei que fosse basco, não vasco. Sabia que eu sei cantar uma música em euskera? hahahahah

    ResponderExcluir