Agora é oficial

Muita gente pensou que o nome desse blog - Henrique con 'hache', Alexanda com 'éxis' - era brincadeira. Mas não. Essa semana, no Expansión, passei a sentar ao lado de um repórter que se chama Enrique. Devido a tanta confusão, agora eles só me chamam de "Hache".

A Bicca, famosa por ninguém saber seu primeiro nome em Brasília, também passa por coisas assim. O pessoal da minha bolsa sempre chamava ela de Alejandra, e escrevia assim nos e-mails. Com a convivência, passaram a chamá-la de Bicca. Também nessa semana, um argentino escreveu um mail pro grupo, contando a experiência de comer os brigadeiros que ela fez em uma espécie de festival gastronômico interno do grupo e tascou um amigável "Vica" na mensagem....

Um milhão de amigos

Nas aulas de sexta, ouço sempre uma pergunta: quem é o amigo que está visitando vocês nessa semana? Sem dúvida, somos, do grupo, quem mais recebe visitas por aqui. Alguns em casa, outros em hotéis, mas sempre nos divertimos. Como a lista de amigos em junho será grande e importante (nessa sexta receberemos a ilustre Alk, chavonette de Londres), vamos fazer agora o primeiro post dos amigos que atravesaram o Atlántico para beber uma caña com a gente, em ordem de visitas!

Com Dani e César, no Santiago Bernabéu, depois de um 6 a 1 no Bettis
Cidade e Denise, no mesão do meu aniversário madrilheno, em uma noite muito gelada de fevereiro.
Primeira janta transatlântica em casa, especial para Josette e Rafael, em março.
Fazendo tin-tin com porras (churros, gente!), com Fernando Nakagawa em abril.
Em plena gripe porcina, com um porco, o Léo. Com a gente, os "quase madrilenhos" Arnaldo e Iris e os anfitriões Quixote e Sancho Pança.
Laryssa de árvore com frutas e Jeffy de urso recriando a imagem símbolo da cidade (Dizem que fundaram Madri no local onde viram essa cena, onde hoje é Sol), em maio.

Desayuno informativo

Todo mundo sabe das coisas bizarras que acontece no horário espanhol. Siesta durante a tarde (eu, por exemplo, tenho 3 horas de almoço) quando tudo fica fechado mesmo (menos no centro comercial e turístico de Madri) e anoitecer por volta das 22 horas. Mas, mesmo assim, até hoje me supreendo com algumas coisas.

Acabo de receber uma convocatória de prensa da Telefónica. A empresa vai promover um desayuno (café da manhã) para falar de sua nova estratégia de educação ambiental. O evento, na bonita sede da empresa, na Gran Vía, será às 11:30!!! Isso é que eu chamo de desayuno...

Imagens dos protestos

Aqui na península ibérica, ainda rolam muitas daquelas pichações de protesto, que tem sempre um molde, para que a mensagem fique mais visível, além de favorecer a multiplicação das propagandas ideológicas. Muitas delas são bonitas, outras polêmicas, algumas divertidas. Vejam essa coleção.

As primeiras duas fotos são de Sevilha. A primeira tem os seguintes dizeres: "Homem morto só pode salvar o turismo", em uma manifestação contra a igreja. O mais engraçado é que estava, justamente, no bairro mais religioso da cidade, Macarena...

Esse a seguir é de Lisboa. Achei bonito, mas meio despropositado, já que faz muitos anos que Portugal deixou de ser uma monarquia...

Essas, abaixo, são de Granada. É a cidade onde mais se vê isso, até por ser uma cidade bem menor que Madri, Barcelona, Valência ou Sevilha, e com muitos universitários. Duas coisas chamam a atenção: como eles gostam de usar o ETA como comparação e como outas pessoas picharam por cima da pichação original para contestar a idéia. Reparem na pichação sobre o machismo, alguém, contrário a idéia, não negou a acusação, só tentou explicar que os machistas matam "mucho menos" que o grupo separatista basco...

1% de puro orgulho

1% é quase nada, certo? Não para a Comunidade de Madri, o governo local da capital da Espanha, que colocou no Metrô propagandas para se orgulhar de representar 1% da indústria aeroespacial mundial. 1%!!!

Se você acha isso exagerado, veja a outra propaganda que segue a anterior: Na comunidade de Madri (onde vivem 6 milhões de habitantes) está concentrada 3,3% da indústria aeroespacial européia. Para mim essa é pior, pois na comparação entre países "iguais", a participação espanhola não chega a 4%! E, afinal, toda semana sai uma pesquisa informando que o ensino técnico e a pesquisa científica na Espanha é a pior da Europa, deixada para trás por Portugal.

Além disso, sabemos que essa pujante indústria aeroespacial madrilenha não existiria se não fosse a política européia, que divide a fabricação dos aviões da Airbus entre os países europeus para uní-los. E ( sou de São José dos Campos, trabalehi no INPE, conheço bem do assunto), o "quinhão espanhol" de componentes da Airbus é dos produtos mais simples...

A propaganda está, quase inteira, na mega estação Nuevos Ministérios. Por conta disso, os caminhos dos usuários da estação estão com fotos de pegadas homem na lua.... (prometo fotos assim que eu achar o bluetooth e baixá-las do meu celular).

PAC espanhol e os michelines

Não, não vou falar de economia. É que aqui na terra do rei Juan Carlos, a sigla PAC significa, para as revistas da prensa de corazón (fofocas) Pecho - Abdomen - Culo (bunda). Por 1,50 euros, a revista Cuore (que se autointitula 3 em 1, por tratar de corazón, moda e TV) traz um profundo estudo sobre as mulheres. Quem é PAC, que falta um P, um A ou um C.

PAC perfeito, para a revista: Jennifer Aniston e Rihanna (que não sei exatamente se é atriz ou cantora, mas sei que apanha do marido). Falta o P para Keira Knightley e Pamela Anderson (que tem peito, mas que está totalmente desfigurado pelas plásticas).

No quesito abdómen, estão com problemas, entre outras, Kate Moss e Britney Spears, que estão com muitos michelines, como eles chamam, de forma até carinhosa, os pneuzinhos (pegou?pegou?). Sem um bom culo, Penélope Cruz e Beyonce (que, para a revista, tem bunda demais para o gosto masculino, mas que seus atributos a atrapalha a se equilibrar ou andar...). Há ainda uma relação de homens que perderam o PAC, como Robbie Williams e Ronaldo, o gordo no melhor time do mundo. Sempre com muuuitas fotos para comprovar toda esse exemplo de jornalismo investigativo... abaixo, alguma delas:

Medos e paúras

Se o medo é uma coisa muitas vezes inexplicável, a paúra chega a ser irracional. Passamos pelos dois sentimentos no Marrocos, rs.


Explico: saímos de Marrakesh para acampar no deserto, em Zagora. Foi nessa viagem que atravessamos as montanhas do Atlas. Para chegar ao local do acampamento berebere, quase na divisa com o a Argélia, tínhamos que passar uma hora e meia sobre dromedários. Aí começou o medo.


A Bicca simplesmente fez um escândalo. Não queria subir no bicho. Todo mundo rindo. Nem parecia uma guria de Bossoroca. O lance é que, depois de um rapel em Brasília, ela ficou com medo de altura. Passaos pela mesma situação na Torre Eiffel. A solução foi a mesma: insisitr até ela ir. Vejam as as fotos:

A Paúra foi comigo. Muita gente sabe que eu tenho pânico de cobras. Só de ver documentários no Animal Planet não consigo dormir, de medo. Já passei vergonha por isso, como a história de Terra Ronca (quem quiser, em conto depois, história longa...)

Pois bem, ao sair de Marrakesh, vi os encantadores de serpente. Fiquei com aquela imagem na cabeça. Ao chegar, já escuro, ao acampamento berebere, a situação ficou insuportável. Imaginava que poderia ter uma cobra escondida dentro de nossa barraca, que ficava sobre as areias. Obviamente, não havia luz. Praticamente não dormi. Fiquei a noite toda com medo. Ficava tirando fotos, para ver, com o flash, que não tinha nenhuma das criaturas do demônio por alí. Foram umas 6308 vezes isso. Foi a vez da Bicca perder a paciência, já que, a cada minuto, me mexia, falava pra ela que a gente deveria fazer uma fogueira, fugir com os dromedários,rs. Só não chorei pois sou um homem forte! No final, sobrevivi, dormi umas duas horas, no total. Vejas as fotos do acampamento, da cabana e das plantações de trigo e de açafrão que haviam no caminho - eles aproveitam qualquer lugar pra plantar, dá um visual super bonito:

O país do futebol

Se tem um país que merece esse apelido é o Marrocos. Os caras são loucos pelo esporte. Acompanham - principalmente o timão -, entendem e jogam muito. Em todas as cidadezinhas ou bairros, qualquer biboquinha, tem uma campinho. Mesmo com o solzão na cabeça, eles usam a todo momento. Pelas ruas muita gente com camisetas de times.

Olhem essa foto das montanhas do Atlas...
E vejam agora, o detalhe!
Esse campo é quase na divisa com a Argélia, em uma vila berebere. Em todo lugar tem destes campinhos...

Os cinemas locais transmitem os jogos, como esse aqui...

Já a foto abaixo, da Bicca, é para a Luíza: Kakáááááááááaáááááááááááááááááááááááááaáááááááá!!!!!!!!!!!!!!!!!

Atlas

Muita gente achou, lendo o post anterior, que não gostamos do Marrocos. Nada mais falso. A fotos de agora, da Cordilheira do Atlas, mostra o contrário. Saímos de Marrakesh, a 450 metros de altitude, e atravessamos todas as montanhas - a estrada passa por lugares a 2.300 metros de altitude, pertinho dos picos, agora com pouca neve.

Passamos por pequenos povoados, por passagens lunares (que fazem verdadeiros corações de pedra), por casas isoladas, por oasis, pela plantação de trigo e de açafrão, por cidades bereberes, por lugares incríveis. Sei que muita gente diz que blog com muitas fotos é chato, mas não estamos nem aí, rs. Abaixo, uma pequena seleção do que vimos por lá!